A chuva caia forte na cidade de Uruguaiana naquela manha...
Trovoes e relampagos mostravam que nao seria um bom dia!
Acordei e fiquei ali deitado...Olhando para o teto,ouvindo os passos de minha mae na cozinha.
Ela estava dando inicio aos preparativos do almoço.
Resmungava contra o tempo!
De repente, o ronco de uma moto e palmas!Ja sabia de quem se tratava!
Ouvi quando minha mae atendeu,gritando da janela:
"-Mas tu é louco guri! Com esta chuvarada toda e tu na rua! Vai pegar uma pontada! Entra duma vez!"
E logo aquela figura ensopada adentrou no meu quarto com o tradicional: "- E ai magrinho!"
Mas ele estava diferente. Com um ar preocupado. Algo havia acontecido.
Sentou-se numa poltrona velha que tinha ao lado de minha cama.
Sorriu meio sem jeito...começou a olhar meus discos...
"-Poe esta musica aqui!"-ele pediu.
Abri a tampa do 3x1, pus o vinil... Wish you were here era o retrato daquela manhã!
O papo que se seguiu com esta musica de fundo girava em torno de mulheres, aventuras que tomavam rumos serios demais, cerveja e pringles no intervalo do cursinho no posto frente ao Dom Hermeto,O Gargula e a Gorda, O gato Mimo, e... Billyto!
A figura em questao era ninguem menos que aquele a quem eu considero o irmao que eu jamais tive! Aquele irmao mais velho,que te puxa a orelha na hora certa, e que te apoia nas horas dificeis!
Valew meu Irmao, Jesus Nabor!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O Rato que curtia Pink Floyd

Rua Prado Lima,numero 4402. Era o meu endereço. Lugar onde eu passei a maior parte de minha vida com meus pais.
Depois que eles partiram, acabei ficando por lá por um tempo ainda,morando sozinho.
Meu quarto era meu santuario. Ligava o aparelho de som e ficava a viajar ouvindo meus vinis. Sozinho. Quer dizer,nao completamente sozinho. Tinha meu amigo fiel, o Jaffar. Pana que, embora ele estivesse sempre por perto,nao servia pra muita coisa na hora do dialogo. Eu falava,falava e ele dormia pesadamente. A compania canina de Jaffar nao era das melhores tambem na hora de ouvir uma musica. Deitava-se nos meus pés e pra ele era indiferente o volume do som.
E assim eram as noites no meu quarto.
Porem isto estava prestes a mudar.
Certo dia , ganhei de alguem um disco do Pink Floyd. Nele grandes hits na voz de David Gilmour. A noite,chegando em casa pus o disco pra rodar, e pra minha surpresa...
...Percebi que um par de olhos me observava curioso. Um pequeno par de olhos.
Baixei o volume do som, e estranhamente meu observador timido fugiu sem eu ver exatamente que era.
Na noite seguinte, novamente ,tronei a ouvir o disco do Pink, e em poucos segundos la estava ele de novo, espiando por um buraco...
fiquei imovel. O Jaffar nos meus pés nem preciso dizer que estava como uma pedra.
O emcabulado ouvinte resolveu se mostrar. Um rato. E nao era pequeno nao.
Saiu de sua toca, que dava para o forro da casa e desceu pela parede. De mansinho, por uma travessa de madeira,aproximou-se. E ali ficou, até o final do disco. Ou melhor...até um arranhao no disco impedir a continuaçao de Mother.
Dai ele saiu em velocidade retornando ao seu refugio.
Dali por diante, Gilmour, (apelidei ele assim, pois era somente com aquele disco do Pink que ele aparecia) tornou-se meu amigo pra ouvir Pink Floyd.
Era colocar Pink na vitrola que la estava ele. E cada dia mais ousado. Menos timido. Dava a ele migalhas de pão e outras coisas.
Mas um dia, Gilmour resolveu chegar mais proximo do que eu imaginava.
Ao som de Confortably Numb...ele desceu,fez seu trajeto costumaz. Porem, no exato momento em que iria até a porta, ele resolveu subir inesperadamente na cama. Proximo ao imovel Jaffar.
Nao tive tempo pra nada. Jaffar com uma velocidade incrivel abocanhou Gilmour. sacudiu ele com violencia...e depois soltou. Eu nada fiz , a nao ser olhar a cena que nao durou mais que dez segundos. O gosto musical de Gilmour acabou na boca de meu rotwailler.
Até gostaria de ter dado um enterro digno ao Gilmour, porem, o Jaffar achou que ele serviria como um tira-gosto. Nao estranhem nem se horrorizem com isto. A base culinaria de meu cão era constituida de alguns itens nao tao comuns, que ele abatia vez que outra, como, galinhas, ratos, gatos, e até mesmo outros cães de menor porte.
Na real, acho que o Jaffar nao gostava de musica. Ou era fã incondicional do Sid Barret...
domingo, 25 de outubro de 2009
A Trilha Sonora de Minha Vida- parte 1

Momentos com amigos,mulheres,festas,funerais e etc... todos com umas musica tema e ainda lembro delas.
Vou relacionar algumas música e seus determinados momentos, e os amigos que fizeram parte.Claro que não posso relacionar tudo que gostaria, mas vou tentar lembrar destes amigos e de suas contribuições.
Anos 80...
....Lembro claramente do dia em que corri entusiasmado atrás de um caminhão da Pepsi com um saco de tampinhas para trocar por uma mini vinil.Mas não era um disco comum,era um disco do Michael Jackson!
Fui correndo para a casa de um amigo la escutamos o disco em alto volume no 3x1 cce (uma apoteósi sonora na época) com direito a coreografia e tudo.
Ainda nos anos 80,lembro de tardes na casa do Jorge, meu melhor amigo na época,lendo e mexendo nas pilhas de gibis (as coloções do Jesus,irmão dele).
Lá eu conheci várias bandas que eram desconhecidas para mim: The Cure,Echo And Bunnymen,The Doors...Ler aquelas hqs era um sonho,mas recordo de uma em especial.
Lia um hq que não recordo exatamente os detalhes como edição,título etc... mas era dos CAMPEÕES acredito, e o vilão era um tal de Enxame(um cara coberto de abelhas,o Jesus sabe melhor do que ninguém os detalhes dessa história) mas a trilha sonora enquanto eu lia, é o que importa, era Alabama Song, do The Doors. Depois daquele dia passei ouvir The Doors até hoje.
No final dos anos 80,acho que em 89,fui acampar na califórnia da canção nativa.Na época na Pastoril.La montavam a extruta para shows tradicionalistas, e centenas de barraca,a famosa ''cidade de lona''.
Em uma certa noite, madrugada,encontrei com Jorge no meio do evento,que ja havia bebido muito,assim como eu.Resolvemos beber um Uisque, que ele pegou com os amigos, e ao final da garrafa caminhavamos cambaleantes e abraçados pelas incertas ruas da ''Cidade de Lona''. Eu,o Jorge e o''Gordo'' Ronaldo(não confundam com o jogador de futebol)cantando , ou melhor, gritando a letra da The Cutter, do Echo.
Executada tão certa como nossos passos.
O Jorge,vi pela última vez em 2001...o Gordo Ronaldo ja não vejo há quase 15 anos.
Valeu Gurizada !
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